Enquanto a falta de água gera protestos no interior do Estado de São Paulo, no Rio Grande do Sul, a formação de um ciclone extratropical no último fim de semana provocou o bloqueio de cerca de 20 rodovias e afetou mais de 60 cidades. Iraí, no norte gaúcho, foi uma das cidades mais prejudicas e o volume acumulado de chuvas no mês de junho ultrapassou os 500 milímetros.

De acordo com as previsões climáticas, o mês de julho ainda deve ficar com chuvas acima da média no norte do Rio Grande do Sul, oeste e sul de Santa Catarina e sul do Paraná. Os volumes acumulados podem superar os 200 milímetros, sendo que a média nessas localidades varia dos 100 aos 150 milímetros. Para o primeiro dia do novo mês, a chuva deu uma trégua, mas o frio será intenso no Sul do Brasil.

A entrada de uma massa de ar de origem polar provocou uma forte queda de temperatura, nesta terça-feira, 1º de julho. Houve geadas no oeste do Rio Grande do Sul, planalto de Santa Catarina e do Paraná.

– Porém, a presença do ciclone extratropical sobre o Oceano Atlântico, próximo à costa do Rio Grande do Sul vai causar muito vento, nebulosidade e ainda chuvas fracas, principalmente na faixa leste, o que contribuiu para reduzir o risco de formação de geadas no interior – afirma o climatologista da Somar, Paulo Etchichury.

As temperaturas na madrugada ficaram próximas de zero grau. No Paraná, mesmo com todas as intempéries, 82% da área de trigo já está plantada e, deste percentual, 31% está em estágio de floração. “Para as lavouras em floração, a geada pode ser mais nociva”, explica Etchichury.

Outro destaque do frio é que além dos Estados do Sul do Brasil, a semana começa com acentuada queda de temperaturas em Mato Grosso do Sul, sul de Mato Grosso, Rondônia e no Acre, onde a temperatura fica inferior aos 10 graus, caracterizando o fenômeno conhecido como friagem.

O frio diminui e as temperaturas voltam a se elevar, gradualmente, a partir desta quarta-feira, 2, quando uma nova frente fria atinge o Estado gaúcho. A trégua das chuvas será curta.