Alta, porém, não inviabilizará o agronegócio, diz ministra Kátia Abreu
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Kátia Abreu, afirmou que os juros do novo Plano Safra devem subir, mas ressaltou que isto não inviabilizará o agronegócio.
– Preciso aguardar o Ministério da Fazenda e a presidente Dilma [Rousseff] para fazer o anúncio [do novo Plano Safra]. Mas posso garantir a todos que jamais faríamos algo para inviabilizar qualquer setor do agronegócio no Brasil. As mudanças serão feitas de acordo com a necessidade real e não para inviabilizar o setor – disse ela em entrevista coletiva nesta segunda, dia 9, na abertura da 16ª Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS).
Segundo a ministra, ainda há um saldo de R$ 1,5 bilhão do Plano Safra 2014/2015 com juros garantidos a juros de 4,5%. Depois disso, haverá uma taxa maior, a ser anunciada em outro momento pela presidente Dilma Rousseff.
Em relação ao Plano de Defesa Agropecuária, cuja divulgação está programada para abril, ela afirmou que o Mapa e o agronegócio “são parceiros do ajuste fiscal”, mas não abdicarão de certos pontos, como o seguro agrícola e patamares diferenciados para médios produtores.
– Em minha conversa com o ministro da Fazenda [Joaquim Levy] deixei alguns pontos que o Mapa não abre mão e disse também que o Mapa e o agronegócio somos parceiros do ajuste fiscal. Queremos ser tratados como pessoas que fazem parte da mesma sociedade e do mesmo Brasil. Ele respondeu com muita clareza que quem faz a prioridade são os ministros. Reiterei a ele que minha prioridade é a defesa agropecuária, seguro agrícola e um patamar diferenciado para os médios agricultores – disse.
CAR
Kátia Abreu também afirmou que não houve definição, até o momento, sobre a prorrogação do prazo para a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), que se encerra no dia 6 de maio. Segundo ela, existe um plano para beneficiar os Estados que mais se comprometeram com ele, oferecendo prazos maiores para os produtores locais.
– Aqueles que se descuidaram terão prazo mais curto. O Sul do país como um todo não respondeu como o Centro-Oeste e a Amazônia, que surpreendeu e está com mais de 60% do CAR feito. Precisamos que os produtores rurais dos três estados do Sul, que são os principais Estados do país em termos de produção, acreditem neste instrumento como positivo para o setor hoje e no futuro. Esse instrumento não vem pra punir, mas para regularizar – afirmou.