Área plantada de milho aumenta 4,68% no Rio Grande do Sul
Agricultores estão motivados pela valorização do grão
Ainda que os preços das commodities tenham se mostrado voláteis na últimas semanas, os produtores de milho do Rio Grande do Sul estão animados com o momento. Embalados pelas perspectivas de bons negócios – a saca de 60 quilos chegou aos R$ 31 neste ano –, agricultores estão ampliando a área cultivada.
É o caso de Solani Cezar Rigo, de Erechim, no norte do Estado. O produtor cultivou 130 hectares de milho, quase o dobro do ano passado. A perspectiva de ganhos aliada à prática da rotação de cultura foram os atrativos. Na região, a Emater estima aumento da área plantada de 9,3%, chegando a 145 mil hectares. No Rio Grande do Sul, a projeção é de 4,68% (1,1 milhão de hectares).
– Plantei porque acho que está bom em termos de preço. Hoje, a saca está sendo vendida em torno de R$ 25. Em 2010, ficava em R$ 15 – explica.
Para Rigo, a combinação de fatores como clima, custo da lavoura (insumos foram adquiridos antes da alta do dólar) e preços favoráveis pode resultar num desempenho do milho “melhor do que o da soja”. Entusiasmo compartilhado com o analista de mercado Farias Toigo, da Capital Corretora:
– O pessoal está querendo plantar mais milho no interior. E, além do mercado interno, também terá a perspectiva de melhorar as exportações.
Tal cenário é instigado pela possibilidade de que a safra americana 2011/2012 fique abaixo das 317 milhões de toneladas previstas.
– O milho viveu momento histórico neste ano. A quem está vendendo o milho que colherá em fevereiro/março, recomendo cautela – afirma Remoaldo Araldi, da Granosul Corretora.
Para não ficar refém da volatilidade, o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho, Alysson Paolinelli, diz que é preciso investir em políticas de valorização do grão, com garantia de preços mínimos.