Argentina bloqueia ponte
Suinocultores da Argentina prometeram bloquear, a partir de amanhã, dia 27, por tempo indeterminado, a ponte Rosário-Victoria, entre as províncias de Santa Fé e Entre Rios. Por essa ponte, que fica a 350 quilômetros ao norte de Buenos Aires, passa boa parte dos caminhões que transportam produtos chilenos e brasileiros.
Mas só vamos parar os caminhões com carne de porco. Não queremos prejudicar o comércio do Mercosul, só queremos medidas do governo para proteger nossos produtores", assegurou o chefe da área sindical da Federação Agrária Argentina (FAA), Cristian Roca.
Segundo o sindicalista, a Argentina sempre importou carne de porco do Brasil, mas nunca tanto como agora.
"Nos primeiros seis meses de 2011, importamos a mesma quantidade de todo o ano passado", reclama.
Os pequenos produtores argentinos querem que a Argentina limite a importação de carne de porco processada do Brasil. Segundo Roca, as crescentes importações do Brasil fizeram com que o preço da carne de porco do produtor argentino caísse de sete pesos (R$ 2,66) para cinco pesos (R$ 1,87) por quilograma.
Omar Príncipe, outro dirigente sindical da FAA, disse que os produtores locais querem limitar as importações a 2,5 mil toneladas mensais, mas que, no momento, a Argentina está comprando quase o dobro.
Boa parte da carne de porco produzida pela Argentina ou importada do Brasil e do Chile é destinada à fabricação de frios e embutidos, consumidos no mercado interno e exportados. Segundo Roca, os frigoríficos argentinos estão importando mais do Brasil porque o vizinho produz em grande escala e os preços são mais competitivos.
"Mas o consumidor final, aqui, não está pagando menos. Os frigoríficos estão ganhando com a diferença e o governo não está protegendo o produtor local", disse Roca.
A Argentina importa do Brasil quase 70% da carne de porco que consome. Em 2010, importou o equivalente a US$ 100 milhões, 60% a mais que no ano anterior.