Com estiagem, Emater reduz estimativa da colheita de milho em 25% no RS
Entidade divulgou relatório sobre os danos causados pela falta de chuva na tarde desta quinta
As perdas na safra de milho do Rio Grande do Sul já atingiram 25% do esperado para o ano em função da estiagem, segundo estimativa divulgada nesta quinta, dia 5, pela Emater. Este é o maior impacto entre as principais culturas do Estado, mas também há prejuízos significativos no plantio de feijão e soja. A produção do grão não deve chegar a quatro milhões de toneladas em 2012. O número é 30% menor do que o do ano anterior, quando a safra foi de 5,7 milhões de toneladas.
O feijão da primeira safra já apresenta queda de 11,43% em relação à estimativa inicial, de 81, 6 mil toneladas, e de 22,27% comparando-se com a safra 2011. Caso o clima seco persista, a tendência é de que estes percentuais aumentem. Os primeiros dados coletados em janeiro deverão ser divulgados na próxima semana e confirmam esta previsão, adianta a Emater.
O diretor técnico da entidade, Gervásio Paulus, explica que o milho e o feijão foram os mais atingidos pela estiagem, porque o percentual de lavouras em fases de floração e enchimento de grãos foi expressivo durante o mês de dezembro.
– Isso afetou seriamente a produtividade dessas culturas em algumas regiões – diz.
O maior impacto é nas regiões administrativas da Emater de Ijuí (com expectativa de redução no rendimento médio no milho de 37%), Passo Fundo (-35%), Lajeado (-30%), Santa Rosa (-25%) e Erechim (-24%).
Danos na soja
Caso o cenário de estiagem persista, os danos devem se estender às lavouras de soja. Com base nos dados coletados até o final de dezembro, a Emater estima uma redução de 4% na expectativa inicial para a safra 2012, que era de 10, 3 toneladas, e de 15,6% em relação à safra 2011.
O engenheiro agrônomo da Gerência de Planejamento da Emater, Gianfranco Bratta, ressalta que, caso o cenário de estiagem se mantenha, esta estimativa tende a piorar porque começa agora um período crítico para a soja.
– Até o final deste mês, cerca 40% das lavouras entrarão em floração, fase extremamente sensível à falta de umidade no solo – avalia Bratta.