Como o prazo de validade do certificado de conformidade orgânica dos produtos é de um ano, as propriedades se preparam para receber o selo de qualidade.

A escolha por não utilizar agroquímicos e buscar uma produção de alimentos com mais qualidade culminou na certificação orgânica de produtos de agricultores familiares no Noroeste gaúcho. Nesta quinta-feira (22/01) foram vistoriadas as propriedades de Renê Ferreira dos Passos, de Cândido Godói, e de Roque Steinmetz, de Campina das Missões. No local, os revisores compilaram informações para avaliar se a produção segue de acordo com a Instrução Normativa nº 46, de 6 de outubro de 2011, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), motivo pelo qual receberam a certificação no ano passado. 

Como o prazo de validade do certificado de conformidade orgânica dos produtos é de um ano, uma amostragem das propriedades necessita de nova vistoria. Morador da Linha Doze Norte, interior de Cândido Godói, o agricultor Renê Ferreira dos Passos deixou de lado adubos químicos e agrotóxicos em sua produção há aproximadamente 10 anos. Terra do mato, plantas de cobertura como feijão de porco, esterco de gado e utilização de húmus foram algumas possibilidades adotadas para manter o equilíbrio da produção de alimentos. Para proteger a lavoura de interferências externas como o uso de agrotóxicos em lavouras, a propriedade conta com uma barreira natural formada pela mata nativa. 

Resultado deste cuidado, os alimentos produzidos por Renê percorrem mais de 500 quilômetros até chegar ao mercado consumidor, em Porto Alegre. “Fornecemos semanalmente nossos produtos para a Feira Agroecológica, mas a demanda sempre é maior que a oferta, conseguimos vender tudo e ainda falta”, comenta o produtor. Abóbora, amendoim, arroz, batata-doce, batatinha, morango, uva, bergamota, cana-de-açúcar, centeio, laranja, mandioca, melancia, milho e moranga são os produtos certificados destinados aos consumidores. 

Roque Steinmetz, agricultor de Campina das Missões, também optou por produzir de forma mais limpa e adequada. Técnicos e produtores, no papel de revisores, visitaram os dois hectares de cana-de-açúcar produzidos de forma orgânica. A cana, que recebe adubação orgânica, é matéria-prima para agroindústria de melado e de cachaça da Cooperativa de Agricultores Familiares Cooperteresa, na qual chegam a ser produzidos aproximadamente 30 mil quilos de melado em um ano. 

A próxima vistoria será na terça-feira (27/01) com visita a Luís Cesar Rigo e Noli Backes, do Grupo Pioneiros do Porto, de Porto Vera Cruz. O roteiro encerra no próximo dia 29/01, com itinerário que passa por Dezesseis de Novembro, na propriedade de César Dias, em Bossoroca, na produção de hortaliças de Tabajara Peronio, e em São Luiz Gonzaga, na propriedade da família de Alberi dos Santos. 

São parceiros no processo de estímulo à produção e certificação orgânica, Rede Ecovida de Agroecologia, Emater/RS-Ascar, Agência Regional de Educação, Desenvolvimento e Pesquisa (Arede) e Central de Cooperativas Unicooper e REMAF. Após as visitas, os vistoriadores e entidades parceiras reúnem-se em fevereiro para avaliação da adequação das propriedades aos critérios de conformidade orgânica. 

 

Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar - Regional de Santa Rosa

Jornalista Deise Froelich

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Fonte: http://www.emater.tche.br/site/noticias/detalhe-noticia.php?id=20691#.VMYX90fF_QM