Crise econômica não deve ter impacto imediato no setor agropecuário brasileiro, dizem especialistas
Redução de subsídios em países da União Europeia pode ser visto até como oportunidade, acredita economista
A crise financeira que atingiu os Estados Unidos e países da União Europeia não deve ter reflexos intensos no agronegócio brasileiro. Mesmo assim, analistas recomendam cautela, mas sem deixar de ficar de olho nas oportunidades de mercado.
O analista de Safras e Mercado, Gil Barabach, afirma que os mercados sentiram no início da semana, mas já no final houve estabilidade. Ele salienta que as commodities já vinham em uma tendência de alta desde o início do ano e o que ocorreu foi uma suavização dos preços.
– De uma forma geral foi um efeito suavizado, porque as commodities, no começo deste ano, atingiram um pico de alta e vinham passando por um processo de correção, ou seja, subiram demais e vinham passando por um processo de acomodação. O efeito desta crise internacional foi atenuado sobre os preços das commodities – ressalta.
O economista da Federação de Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, avalia que o pânico não chegou ao setor. Para ele, inclusive, o fato pode gerar oportunidades para os produtores, já que a tendência é que a União Europeia, por exemplo, reduza os subsídios aos agricultores. O economista acredita que a demanda por alimentos vai continuar acentuada.
– O Brasil, por ter no agronegócio uma participação muito importante na economia, provavelmente sentirá menos, porque os fundamentos que nós temos são muito bons para o agronegócio. Temos demandas muito fortes por milho, soja e carnes e estamos produzindo muito para atender esta demanda – afirma.
Os especialistas reforçam, no entanto, que se houver recessão nestes países, o efeito será global e pode também ter reflexos no agronegócio brasileiro.