Crise na suinocultura
Está difícil a situação do setor suinícola de Santa Catarina. De acordo com a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), essa é a pior crise que o produtor já enfrentou. Na última semana o preço do quilo do suíno pago ao produtor caiu R$ 0,10 centavos, baixando de R$ 2 reais, para R$ 1,90.
A pergunta de grande parte da população é: "até quando o suinocultor agüentará essa crise"? Em rodas de conversas, muitos agricultores admitem que não levará muito tempo e terão de deixar a atividade pelos prejuízos que já são enormes. Alguns abnegados admitem que ainda resistirão a mais esta crise. E o governo afirma que este é um período passageiro. A verdade é uma: as perdas para o produtor estão beirando a R$ 80 reais por suíno em alguns casos e a permanência na atividade está ficando insustentável.
O criador de leitão de linha Oito de Maio, Aldir Camillo, explica que atualmente os prejuízos chegam a R$ 25 reais por animal. Ele ressalta que já está pensando em desistir da suinocultura, por não ver boas perspectivas no futuro para se manter na atividade.
O produtor de Linha Guarani, Edemilson Lazari, comenta que também é outro que deve deixar a atividade. Ele lamenta o fato dos políticos não encaminharem projetos que garantam garantias aos suinocultores.
Hélio Bacon de Santo Antônio afirma que a situação está cada vez mais dramática e os prejuízos chegam a R$ 50 reais por animal.
O empresário de integradora no interior de Concórdia, Lauri Pastre, comenta que tem uma entrega de 2.400 suínos por semana, com 86 produtores na parceria e um prejuízo de aproximadamente R$ 80 por animal. Pastre revela que a crise no setor, fará com que a empresa diminua em 30% o número de integradores.
Ilza que é moradora do bairro das Nações e ex-suinocultora se emociona ao mencionar que deixou a atividade, na crise que ocorreu nos naos 90, porque não agüentava mais a pressão que os prejuízos causaram na família.
O Secretário da Agricultura, João Rodrigues, está otimista de que a crise deva ser passageira. Ele pede para que o produtor não desanime apesar das dificuldades.