Embargo russo e aumento do preço do milho prejudicaram exportações de aves e suínos em 2011
Exportações do Brasil neste ano alcançaram a metade do número atingido em 2010
Embargo a frigoríficos brasileiros que comercializavam com a Rússia prejudicou as exportações de aves e suínos em 2011. Mais de cem avicultores anunciaram a suspensão das atividades por falta de pagamento das empresas com as quais trabalhavam no sistema de integração.
Neste ano, os suinocultores passaram pela maior crise já vista na história com o setor. A explicação dos prejuízos não está apenas na falta de pagamento das empresas integradoras. Tudo começou com o aumento do preço do milho, principal ingrediente da ração, que subiu mais de 20% em São Paulo. Para conter a situação, muitos criadores diminuíram a quantidade de ração para os animais, conseguindo uma economia de até 7%.
Outro fato que contribuiu para a crise no setor foi o embargo russo. Em 2010, o país importou 144 mil toneladas de carne de frango e quase 234 mil toneladas de carne suína do Brasil. Após inspecionar estabelecimentos brasileiros, o governo manteve restrições impostas a três empresas, descredenciando seis frigoríficos e duas fábricas de ração. Segundo o responsável pelo Departamento de Inspeção aos Produtos de Origem Animal, Luis Carlos Oliveira, os serviços do Ministério da Agricultura são equivalentes ao do serviço russo e dão todas as garantias necessárias.
Já com a China foi diferente: 50 frigoríficos brasileiros, do setor de aves e suínos, foram habilitados a exportar para o país asiático. A novidade, além de amenizar a perda do mercado russo, assegura a permanência dos chineses como principais parceiros comerciais do país.
O ponto alto do ano comercial foi o crescimento do mercado interno e das exportações de modo global. O número de exportações brasileiras em 2011 foi igual a metade do número de 2010. A Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) espera apoio do governo para diminuir a crise em 2012.
– Acreditamos que o governo irá se sensibilizar com a pecuária suína, afinal 70% do nosso custo está em cima do milho. Espero que tenhamos respaldo do governo, que não priorize a exportação dos grãos para que seja possível termos uma produção tranquila – finaliza o presidente da ABCS, Marcelo Lopes.