Estiagem afeta disponibilidade de pasto aos animais no Rio Grande do Sul
Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nessa quinta-feira (17/05), a estiagem que continua assolando o Rio Grande do Sul tem impedido o bom desenvolvimento das espécies forrageiras, nativas e cultivadas, reduzindo a disponibilidade de pasto aos animais. Essas condições climáticas limitantes estão deixando preocupados os criadores gaúchos, que se veem obrigados a manter os rebanhos com o uso de alimentos processados.
Apesar do baixo volume de chuvas ocorrido nessa semana, o desenvolvimento vegetativo das pastagens anuais e perenes de inverno (aveia, azevém e trevo) já implantadas, muitas delas em solo seco, foi favorecido, devendo apresentar uma taxa satisfatória de germinação e estabelecimento das plântulas. As pastagens de verão anuais e perenes, principalmente o tifton, estão em final de ciclo, provocando o aumento da procura por rações para alimentação.
As áreas instaladas com gramíneas perenes como os capins-elefante e cameron, localizadas nas várzeas e lugares mais baixos, foram atingidos por geadas que ocorreram nos últimos dias, reduzindo ainda mais a disponibilidade de forrageiras, especialmente nas pequenas propriedades familiares. Nas regiões de Bagé e Lajeado, alguns criadores ainda estão finalizando a produção de silagem de milho, pois restam ainda algumas áreas cultivadas mais tardiamente com essa cultura.
Em alguns municípios produtores de leite, a falta de chuvas e o período de vazio forrageiro - final do ciclo das pastagens de verão e início de germinação e estabelecimento das pastagens de inverno - têm impossibilitado o pastejo dos animais e, como consequência, reduzido o volume de leite produzido a pasto. A maioria dos produtores de leite está complementando a alimentação dos animais com silagem, grãos, farelos, concentrados proteicos e rações, aumentando assim os custos de produção da atividade.
Na região de Lajeado, o rebrote das forrageiras nativas e cultivadas praticamente não ocorre devido à baixa disponibilidade de umidade no solo. A produção de leite apresenta uma leve baixa, em torno de 5% a 10% da produção esperada. Na região de Santa Rosa, em algumas propriedades onde foi possível fazer os primeiros pastejos, ocorreram distúrbios digestivos nos animais, devido à baixa quantidade de fibras das forragens. Os estoques de silagem estão baixos, devido ao intenso uso no período de estiagem. A situação das águas para dessedentação dos animais continua precária, com agricultores buscando o recurso em outras propriedades ou recebendo de caminhões-pipa das prefeituras. A produção de leite está de 30% a 40% abaixo do normal em alguns municípios da região.