Importações e guerra fiscal prejudicam setor leiteiro no Estado
Fabricantes fecham unidades e negociam solução tributária no Rio Grande do Sul para competir
O fechamento de duas unidades de lácteos nos últimos dias, com a alegação da necessidade de redução de custos pelas empresas, revela as dificuldades de competição do setor no Rio Grande do Sul.
O problema tem origem em diferenças tributárias e é agravado pelo avanço das importações de produtos do setor.
Apesar de o consumo interno estar em alta, o leite longa vida gaúcho, por exemplo, perde mercado devido a incentivos tributários à industrialização em outros Estados, o que faz o produto envasado aqui chegar 20% mais caro em São Paulo e 8% no Rio.
Nos últimos anos, a saída encontrada pelas empresas instaladas no Rio Grande do Sul foi apostar na produção de leite em pó e queijos, com custos menores de transporte para o centro do país, observa o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado (Sindilat), Darlan Palharini.
A alternativa, porém, começa a esbarrar na importação cada vez maior de lácteos, capitaneada justamente por leite em pó e queijos do Mercosul, que têm a entrada facilitada pelos custos de produção menores e câmbio favorável.
Conforme o Sindilat, até agosto o país importou 56 mil toneladas de leite em pó, mais do que todo o volume de 2010.