Os produtores de soja do sudoeste do Paraná têm registrado maior incidência da lagarta falsa-medideira após um ataque inicial da Helicoverpa, que foi controlado. Em áreas mais ao sul da região Sul, produtores vinham relatando ataque menos intenso de lagar
– Algumas vezes os produtores e mesmo os técnicos acabaram não se atendo à lagarta falsa-medideira – aponta Luiz Giovanni Piovezana, agrônomo e diretor técnico da Lavoura Turim Insumos e Cereais, revenda que também presta consultoria a produtores.
Regiões que fizeram aplicação preventiva contra a falsa-medideira não enfrentam ataque tão severo.
– Já o produtor que perdeu o “timing”, antes do fechamento da linha, e talvez não tenha conseguido fazer (controle) ou não tenha colocado um produto fisiológico, esse produtor está com um problema sério. Temos regiões em que o pessoal usou todo tipo de inseticida do mercado e não está conseguindo controlar – disse Piovezana.
Além de a lagarta já estar em um tamanho grande, o estágio em que a soja está atualmente na região de Pato Branco (PR), em torno de 1 metro a 1,1 metro de altura, dificulta a aplicação do ativo na parte debaixo da planta, onde a lagarta se esconde para fugir das horas de sol mais forte.
Piovezana explica que, para conter o avanço da praga, agricultores têm aplicado produto durante o dia todo, o que não é indicado.
– O melhor horário é nas horas mais frescas do dia. Para a lagarta, não é você jogar um monte de produto, mas sim quanto de ativo vai atingi-la.
Soja precoce
Apesar do ataque, o agrônomo salienta que produtores da região têm obtido boas produtividades com a soja precoce, que já começou a ser colhida. Na região, foram observados rendimentos de 62 a 83 sacas por hectare, dependendo das variedades utilizadas e da região onde foram semeadas.
A média para a soja precoce no entorno de Pato Branco é de 54 a 58 sacas por hectare. Para a soja plantada mais tarde, as plantas ainda não estão em ponto de colheita, mas a expectativa dos produtores é obter 75 sacas por hectare, ante média de 50 a 55 sacas por hectare.
– O clima está perfeito para encerrar - disse o produtor César Luiz Spaniol, que cultiva 150 hectares de soja no sudoeste do Estado, destacando a chuva e o calor.
Ele já começou a colher a soja precoce, obtendo produtividades de 80 sacas por hectare, em comparação com 66 sacas a 70 sacas por hectare um ano antes. Para a soja plantada mais tarde, ele espera uma repetição das produtividades da precoce e avalia que o ataque de falsa-medideira está sob controle em suas propriedades.