Paraná deve se beneficiar mais com as pancadas de chuva do que o Estado gaúcho
Com os últimos dias de tempo seco, o Rio Grande do Sul avançou na colheita do trigo e na semeadura da safra de verão. O problema é que quanto mais a colheita avança, mais se observa que o excesso de dias chuvosos sobre as plantas impactou na produção e na qualidade dos grãos de trigo. Segundo o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, em muitas regiões gaúchas e catarinenses as perdas na produtividade superam os 60% e em grãos.
– A qualidade é tão ruim, que nem para o mercado de ração será aproveitado – afirma.
Nesta quinta, dia 20, os trabalhos de campo tendem a ficar interrompidos de novo. Uma frente fria vai se unir às instabilidades tropicais e organiza um corredor de umidade da Amazônia sobre o Sul. São esperadas chuvas mais fortes, com trovoada, ventania e até mesmo queda de granizo no norte do Rio Grande do Sul, o oeste de Santa Catarina e norte e sudoeste do Paraná. Apesar da chuva, as temperaturas ainda seguem elevadas na parte da tarde, principalmente no Rio Grande do Sul, e a sensação de tempo abafado persiste.
Embora a chuva interrompa os trabalhos de campo no Rio Grande do Sul, no Paraná a situação é inversa, e o trigo já está com mais de 90% das áreas colhidas.
– O que se observa é uma produtividade muito boa, tendo localidades com valores superiores aos observados em 2013 – diz.
Em relação á safra verão, a chuva irregular ainda traz incertezas para os produtores que pensam em replantar algumas de suas áreas. Também são observadas plantas pequenas e em florescimento, o que implica numa redução do potencial produtivo dessas lavouras.
– Ainda é cedo para avaliar os reais impactos desse clima na produção de soja, mas ocorrerão quebras regionalizadas – afirma.
Para o Paraná a chuva deste momento é bem vinda deste que contrarie a previsão e não venha acompanhada de granizo.