Possível venda de unidade da Sadia em Três Passos deixa suinocultores apreensivos no Rio Grande do Sul
Divulgada pela Brasil Foods, lista de instalações e ativos que serão vendidos para cumprir acordo com o Cade inclui três unidades do Estado
Suinocultores da região noroeste do Rio Grande do Sul estão apreensivos com a possível venda de uma unidade da Sadia em Três Passos. Esta semana, a Brasil Foods, empresa formada pela união da Sadia com a Perdigão, anunciou a lista de instalações e ativos que serão vendidos para cumprir o acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Além de Três Passos, a empresa deve negociar mais duas unidades no Estado até março do ano que vem.
O agricultor Ilson Higler e seu genro, Alcione Staggemeier, cuidam da criação de 940 suínos, o que garante uma renda em torno de R$ 5 mil reais. Os dois resolveram investir na suinocultura e adquiriram uma nova estrutura de R$ 85 mil.
– Fizemos um novo galpão. Estava dando uma renda boa e decidimos investir para melhorar a situação financeira – fala Alcione Staggemeier.
Assim como essas duas famílias de Três Passos, outras 130 têm na suinocultura a principal fonte de renda. E todas elas comercializam diretamente com a unidade da Sadia do município.
A atividade representa mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB), da cidade. Mas, a situação pode estar ameaçada. Depois da criação da Brasil Foods, 10 unidades em todo o país devem ser total ou parcialmente vendidas para outras empresas, inclusive a de Três Passos.
Para o presidente do sindicato dos Trabalhadores rurais, Erhardt Hepp, a possibilidade de fechar a unidade afetaria toda a região.
Os agricultores que dependem da suinocultura estão apreensivos em relação à possível venda, entretanto, esperam que a próxima empresa mantenha o preço parecido. Hoje, a Sadia paga em torno de R$ 21 por suíno.