Chuva forte, temperaturas máximas em elevação e previsão de precipitações de até 200 milímetros nos próximos sete dias nas regiões Centro e Norte podem afetar negativamente a produção gaúcha de trigo. O prognóstico da MetSul Meteorologia preocupa especialmente triticultores da Metade Norte, onde se concentra 70% da área estimada de 840 mil hectares nesta safra. O previsão é colher 2 milhões de toneladas.

A chuva intensa nesta fase pode impactar o potencial de rendimento das plantas, já que provocaria perda de nutrientes no solo. A previsão de uma sequência de dias nublados é outro complicador para a lavoura, em estágios de emergência e perfilamento. O agrônomo da Emater de Passo Fundo Ataides Jacobsen adverte que o clima em junho foi desfavorável, pois a insolação não passou de 129,3 horas frente ao padrão de 153,7 horas. No período, a precipitação superou a normalidade: 227 milímetros contra a média de 129,4 milímetros.

Segundo o presidente da comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, o clima adverso das últimas semanas atrasou o plantio em algumas regiões. Para os próximos dias, há previsão de temperaturas em elevação e alta umidade, fatores que facilitam o surgimento de moléstias como oídio e manchas foliares. Jacobsen ressalva que, nesta fase, as lavouras ainda teriam boas condições de recuperação, apesar do aumento de custo com doses extras de nitrogênio e fungicidas. Segundo a Fecoagro, uma aplicação extra de fungicida custa R$ 36,63/ha.