Recursos para agricultura familiar dependem de acordo para ampliação de prazos de pagamento.
A liberação de R$ 16 bilhões para o Plano Safra 2011/2012 e a redução de juros para acesso a investimentos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) estão provocando um misto entre euforia e frustração no campo, já que o crédito só pode ser liberado com a quitação das dívidas de safras passadas.
Para a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), a manutenção da verba anunciada no plano da safra passada é positiva, ainda mais com a garantia da presidente Dilma Rousseff de que haverá complemento, se necessário. Por outro lado, há preocupação de que o endividamento iniba a adesão.
De acordo com o tesoureiro da Fetag, Sérgio de Miranda, a expectativa é para uma definição breve sobre a proposta de renegociação das dívidas e ampliação dos prazos para pagamento. O tema será discutido em Brasília na próxima semana.
A necessidade de uma política de garantia de renda, associada a um acordo sobre renegociação de dívidas, é considerada crucial pela Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar (Fetraf-Sul).
Além disso, a manutenção dos R$ 16 bilhões para o plano frustrou a entidade. A reivindicação da entidade era de R$ 18 bilhões, pelo menos.
– Infelizmente, porém, se chegarmos a R$ 500 milhões para a área já será um avanço – destaca Alexandre Bergamin, coordenador da Fetraf-Sul em Santa Catarina.
Para o consultor Carlos Cogo, porém, o valor do Plano Safra à agricultura familiar é adequado e, somado aos bons preços no mercado agrícola, gera uma tendência favorável a investimentos.
– A cada ano, há novidades e renovação das regras. A existência de uma política permanente evitaria esse clima de indecisão – ressalta.