Desde o anúncio da redução da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação de 1 milhão de toneladas de trigo de fora do Mercosul até o dia 15 de agosto, as cotações do cereal têm registrado quedas mais expressivas no mercado brasileiro. Dentro das regiões acompanhadas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) no mercado disponível, os valores estão próximos dos menores patamares do ano. Em todas essas regiões, a média de junho deste ano atingiu níveis inferiores ao mesmo mês de 2013, em termos nominais.

No mercado de balcão, os valores ainda estão maiores que os de junho do ano passado, mas praticamente sem liquidez. Segundo pesquisadores do Cepea, o mercado já esperava queda nos preços do grão e dos derivados no Brasil, diante da maior disponibilidade mundial de trigo nesta temporada e da desvalorização do dólar, que favorece a importação e dificulta a exportação. Além disso, estimativas indicam safra brasileira recorde. Desta forma, a medida do governo de reduzir a TEC para tentar amenizar o avanço da inflação pode prejudicar o triticultor brasileiro, que deve ter uma receita inferior aos custos, principalmente em relação à mensurada no planejamento da safra.