Rio Grande do Sul começa a colheita do trigo
Clima da última semana beneficiou diversas culturas
Começaram a ser colhidas na última semana, na região de Tenente Portela, as primeiras lavouras de trigo no Rio Grande do Sul. Os rendimentos destas áreas foram de 2,1 mil quilos por hectare, considerados normais para a região. Conforme avalia o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, "as lavouras apresentam muito bom aspecto, mostrando potencial de rendimento acima das expectativas iniciais".
Devido às condições favoráveis, a cultura está se aproximando da maturação de forma mais visível, já alcançando, no momento, 9% da área com boas condições de formação de grãos. Isto é resultado do uso intenso de produtos preventivos que, na maioria das lavouras, foi de três a quatro aplicações durante o ciclo. Com 63% na fase da formação de grãos e 9% maduros, a colheita deve ser intensificada nos próximos dias.
O clima da última semana também beneficiou as práticas culturais no milho, incrementando a implantação de lavouras. A semeadura atinge 50% da área prevista no Rio Grande do Sul, e toda a área semeada se encontra em processo de germinação ou desenvolvimento vegetativo. As condições meteorológicas, com boa luminosidade, temperaturas amenas e, até o momento, com chuvas suficientes para a reposição da umidade do solo, têm favorecido o estabelecimento e o bom desenvolvimento das lavouras.
Já a canola encontra-se nas fases de formação de síliquas, enchimento de grãos e, em sua maior área, entrando em maturação. Em algumas regiões, como as do noroeste colonial e Alto Jacuí, há a tendência de alguma redução da produtividade, em decorrência do excesso de umidade durante o ciclo e de doenças ocorridas. Nas Missões e na fronteira noroeste, assim como no planalto, o stand de lavoura é muito bom, mesmo com alguma incidência de doenças fúngicas nas lavouras.
A cultura da cevada encontra-se predominantemente na fase inicial de enchimento de grãos, com bom padrão de lavoura. Os agricultores seguem fazendo aplicações de fungicidas, visando prevenir as instalações de septória e giberella nas espigas. Pelo atual quadro das lavouras, projeta-se produtividade entre 2,6 a 2,8 toneladas por hectare de boa qualidade industrial.
Quanto às frutas, a última semana foi positiva para o desenvolvimento e crescimento das uvas. Com brotação uniforme e vigorosa, a uva recuperou o retardo que vinha acontecendo. A maior atenção dos viticultores é quanto às temperaturas baixas e aos ventos frequentes durante a noite e ao amanhecer, condições que, coincidentes com o início da brotação, abrem possibilidade de incidência da Antracnose, também chamada de Varola.
Os pomares de pêssego demonstram bom aspecto geral, livres de maiores problemas fitossanitários. Neste período, ocorre queda natural das frutas, mas com intensidade acima do normal, em função das frequentes baixas temperaturas durante o florescimento e pegamento. Nas variedades precoces, os produtores realizam o raleio manual e os tratamentos foliares. Os materiais de ciclo médio e tardio encontram-se em fase de pegamento e limpeza das frutas. Os locais de clima mais quente e de cultivares superprecoces estão em início de colheita. As cotações estão entre R$ 2,50 e R$ 3 por quilo.