Soja terá novo recorde de superfície na América do Sul em 2015/2016
Com um aumento do financiamento da próxima safra, o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou a próxima temporada com produção de soja de 97 milhões de toneladas no Brasil. A Scot Consultoria, de Bebedouro (São Paulo, corrobora com a previsão de um novo recorde e projeta ainda um aumento de área entre 1,5% e 2,5% no país destinado a oleaginosa.
"Os lucros trazidos pela soja caíram no Brasil com estoques altos, mas é ainda o cultivo que traz os melhores resultados econômicos. Com o recente pico do dólar, as vendas cresceram e os lucros não caíram signifcativamente," explicou o analista da Scot, Rafael Ribeiro, em entrevista ao corresponde do site Agriculture.com no Brasil, Luís Henrique Vieira.
Na opinião de Ribeiro, a produção de milho será consolidada na próxima safra com expansão de superfície no inverno e uma área um pouco menor no verão. O algodão, outro cultivo comum no Centro-Oeste, deve voltar a se expandir depois de anos de redução.
Já em países vizinhos, como Uruguai e Argentina, a volta do fenômeno El Niño deve ajudar as safras de grãos. Na Argentina, a Bolsa de Comercio de Rosario projeta uma safra de soja recorde de 60 milhões de toneladas. Por outro lado, a produção de milho deve cair.
"Financiar milho está bem difícil na Argentina em função dos altos custos. Há produtores que ainda plantam o cereal baseado em necessidade de rotação e para alimentar animais. Em regiões próximas aos portos, a redução será menor. Já para a soja, eles querem repetir a experiência do ano anterior", afirmou Guillermo Rossi, Diretor de Informação e Estudos Econômicos da Bolsa de Comercio de Rosario.
Apesar da previsão favorável de Clima, no Uruguai as áreas de soja e milho devem diminuir. Segundo a consultoria de Montevideo Blasina & Asociados, a superfície uruguaia da oleaginosa pode cair até 20% após ter uma safra de verão recorde de 3,1 milhões de toneladas. Já a área de milho deve cair 10%.
"Há altos custos e alta proporção de terras arrendadas. Os que estão distantes dos portos não tem um negócio viável", explicou Eduardo Blasina, diretor da Blasina & Asociados, ao Agriculture.com