Suinocultores gaúchos sofrem em virtude de baixos preços e excesso de oferta

Custo de produção muito elevado e novos investimentos em função da possível abertura de novos mercados contribuem para que produtores amarguem prejuízos

 

Abertura de novos mercados como China e Estados Unidos. Imbróglio nas exportações Russas e Argentinas. Estes são alguns dos motivos elencados pelos suinocultores gaúchos para a queda no preço do suíno vivo no Rio Grande do Sul.

           

Atualmente, segundo dados da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul - Acsurs, o quilo do suíno independente está sendo comercializado a R$ 2,29 (preço médio conforme pesquisa realizada no dia 13 de março). Já para o suíno integrado a situação é ainda pior, pois está sendo vendido a R$ 2,10. Este panorama é muito desanimador, haja vista que há pouco mais de dois meses, em dezembro, o suíno independente foi comercializado por R$ 2,77 e o integrado por R$ 2,30.

           

Se comparado os atuais valores de venda com o custo de produção, que está em R$ 2,70, verifica-se um prejuízo de 30% por animal abatido, ou seja, O PRODUTOR ESTÁ PAGANDO PARA PRODUZIR e acumulando dívidas, "pois não há mais como economizar ou diminuir os custos de produção dentro da granja", afirma o Presidente da Acsurs e Conselheiro de Relações com o Mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos - ABCS, Valdecir Luis Folador, que tem recebido inúmeros telefonemas de produtores buscando informações sobre essa crise e tentando entender o que está ocorrendo.

           

Segundo os produtores, um dos motivos para a atual situação econômica desfavorável é o fato da notícia de abertura de novos mercados como os Estados Unidos e a China. Isso acabou influenciando muitas empresas a investirem em novos empreendimentos suinícolas e, consequentemente, aumentarem a produção, causando um excesso de oferta de suínos vivos no mercado, provocando a queda no preço pago ao produtor.

           

"Essa situação não tem lógica. Estamos muito indignados e revoltados com o que estão fazendo conosco. É preciso que ocorra uma melhora no preço o quanto antes, pois a nossa situação está muito difícil", desabafa um suinocultor ligado à Acsurs.

           

Além disso, a questão do embargo Russo à carne suína e a situação difícil da Argentina também tem contribuído para que haja uma grande oferta de suínos no mercado. Isso também provocou a queda nos preços. Outro ponto exposto e reclamado pelos suinocultores é o alto preço do milho comercializado pela Conab (R$ 27,00). 

Fonte: Acsurs