Suinocultura não consegue reagir, mas ainda tem gente esperançosa

A evolução da suinocultura nos últimos anos foi algo surpreendente e isso é visto por quem entende da atividade ou quem consome carne suína. Hoje, todos percebem a qualidade da genética, da produção e do processamento. Quem contribuiu muito para essa evolução foram às granjas de material genético, responsáveis por aprimorar a qualidade dos suínos, oferecendo assim cada vez mais ganho ao produtor e ao consumidor. Mas, desde que a crise iniciou na atividade, todas as pontas da cadeia sofrem prejuízos, como é o caso das GRSC. Ao cruzar Santa Catarina e chegar à Região Sul, encontramos apenas uma Granja de Material Genético ativa. O produtor está tentando manter a produção, enquanto espera por boas notícias. “Há alguns anos atrás tínhamos nesta região metade da produção, mas vimos crescer o número de produtores e de animais, fruto do interesse pela atividade, mas um prato cheio para a crise” destaca o suinocultor Hélio Correa.

A crise está provocando em Santa Catarina um efeito cascata e muitos estão em pleno processo de desistência. Mas sempre tem aqueles que apostam no futuro, são esperançosos. Atitude ousada, mas corajosa. “A gente sempre acredita que vai melhorar, e mesmo nesta crise, considerada a pior de todas, a nossa esperança não morre e aguardamos a melhora. Mas a cada novo dia, parece morrer um pouco essa expectativa”, completa Correa.

Também no Sul de Santa Catarina, encontramos relatos de donos de frigoríficos, que também enfrentam as consequências da falta de demanda do Mercado Interno. “Conhecemos as necessidades do produtor, mas estamos fazendo o possível para não piorar a situação. Infelizmente hoje, os abates estão no limite, não há maior interesse por parte do mercado, não há necessidade da compra do produto dos suinocultores”, descreve o empresário e suinocultor, Edson Wiggers.

Para o suinocultor Daniel Michels, não existe outra forma de descrever a situação da suinocultura. “Estamos quebrados”, pontua ele.

A ACCS – Associação Catarinense de Criadores de Suínos compreende o setor. “É difícil encontrar uma saída para esse cenário. Tentar se manter no mercado é uma alternativa, mas manter de forma estável, até que o mercado responda pela falta de produto, sendo que o aumento de demanda, somado a desistência de muitos produtores, pode mudar os rumos da atividade”, finaliza o presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi.

Fonte: ACCS