Técnicos indicam que produtores de trigo precisam estar atentos com as chuvas

Entre os tratos que devem ser usados na cultura está o reforço na aplicação de nitrogênio

A alta umidade presente no solo, aliada à falta de luminosidade adequada, prejudicou a germinação e o desenvolvimento inicial de algumas lavouras de trigo semeadas nos últimos dias no Rio Grande do Sul. Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), o plantio no Estado está praticamente encerrado, faltando apenas pequenas áreas deixaram de ser semeadas devido às chuvas.

Em Passo Fundo (RS), o produtor de trigo Erni Lago plantava cerca de 80 a 100 hectares nas últimas safras. Mas com as informações de que o inverno seria chuvoso, ele reduziu para 20 hectares. Com o plantio finalizado, o produtor, agora, realiza os tratos na cultura, como a aplicação de nitrogênio. Mas, com as chuvas intensas, já será preciso uma nova aplicação.

– Quando começou a chuvarada já estava tudo plantado. Já foi feito um tratamento contra doenças fúngicas e uma aplicação de nitrogênio. Mas como está chovendo demais, já preciso aplicar nitrogênio de novo, pois já está aparecendo doenças mais uma vez – informa.

Conforme o agrônomo da Emater, Ataídes Jacobsen, as condições do tempo serão o foco da atenção dos triticultores, uma vez que, dentro de poucos dias, lavouras plantadas há mais tempo deverão entrar na fase reprodutiva, de floração. Ele afirma que é preciso observar a coloração do trigo.

– Um dos aspectos interessantes a ser observado é a coloração do trigo, se ele está assumindo uma coloração mais amarelada que pode ser em razão destas precipitações maiores e isso causou uma lixiviação de nitrogênio, por isso teríamos que aplicar o nitrogênio em cobertura mesmo naquelas lavouras que já receberam aplicação de nitrogênio – orienta.

O agrônomo informa que o início da colheita deve ser na primeira quinzena de outubro, com intensificação no início de novembro. A safra de trigo, segundo a Emater, deve ocupar uma área total 845 mil hectares da cultura, com previsão de colheita de um 1,8 milhão de toneladas.

Fonte: CANAL RURAL / Nestor Tipa Júnior | Porto Alegre (RS)