Tendência de alta no preço do leite no RS
A combinação entre o estresse térmico de vacas provocado pelas altas temperaturas e a inexistência de pastagem natural em condições por causa da seca reduziu em 500 mil litros a produção diária de leite no Estado. Em janeiro, a captação caiu para 9 milhões de litros, recuo que se expande em fevereiro embora não existam números consolidados. Os rebanhos perdem produtividade porque as vacas diminuem a movimentação, reduzem o consumo de matéria seca, têm maior transpiração e frequência respiratória. A veterinária da Emater de Turuçu Alessandra Storch, chama atenção para o efeito residual sobre o gado. Ela explica que o período para restabelecer a produção varia conforme a intensidade e duração do estresse, com a fase de lactação, além da disponibilidade de alimentação.
Até agora, não há impacto significativo no preço no varejo porque o consumo cai em torno de 8% no verão. Contudo, com a volta às aulas e a proximidade da entressafra, a tendência é de aumento, prevê o diretor executivo do Sindilat, Darlan Palharini. Nos supermercados, a correção deve ser de 5% em março e com provável nova dose em abril, antecipa o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo. Em fevereiro, o consumidor está pagando R$ 1,72/l do leite longa vida integral.
Reunido ontem, na Capital, o Conseleite apontou estimativa de aumento de 0,61% para o litro padrão entregue em fevereiro e que será pago em março, no valor R$ 0,6473. Já o preço final de janeiro fechou com alta de 1,59% para R$ 0,6434. O assessor de Política Agrícola da Fetag, Airton Hochscheid, alerta que a entressafra deste ano será mais acentuada porque a silagem que seria usada no inverno foi consumida agora e está acabando. Normalmente, na entressafra do pasto, a produção cai ao redor de 10%. "A situação é preocupante."