Visita à Granja Ortiz: avaliação da metodologia PISA (Produção Integrada de Sistemas Agropecuários)

Visita à Granja Ortiz: avaliação da metodologia PISA (Produção Integrada de Sistemas Agropecuários) Visita à Granja Ortiz: avaliação da metodologia PISA (Produção Integrada de Sistemas Agropecuários)

Na última segunda-feira, 14, membros do comitê técnico gestor do projeto PISA Médio Alto Uruguai estiveram em uma reunião técnica na Granja Ortiz, divisa do Município de São Nicolau com Pirapó, junto a pesquisadores da Aliança SIPA e demais lideranças da região, para avaliar a resiliência da propriedade à estiagem, depois de 14 anos de aplicação da metodologia PISA (Produção Integrada de Sistemas Agropecuários) proporcionado pelo programa Juntos para Competir (JPC). Além dos gestores do programa, Diego da Silva Coimbra (SENAR RS) e Ronaldo Dario Kloeckner (SEBRAE RS), estiveram presentes representantes da COTRIFRED, Cleonésio José Lopes; da CRESOL, Kaynan Felipe Mahl; e da SICREDI, representada por Saimon Lago e Fernando De Carli.

“A propriedade rural da família Ortiz adotou um conjunto de práticas preconizadas na metodologia PISA, tais como sistema rotatínuo de manejo de pastagens, planejamento forrageiro, sistema silvo pastoril e sistema de plantio direto na palha que, aplicadas de forma concomitante e integradas, geraram um incremento de matéria orgânica no solo, aumentando a capacidade de retenção de água e tornando a propriedade mais resiliente a estiagem”, explica Paulo César de Faccio Carvalho, professor pesquisador da UFRGS e membro da Aliança SIPA. A avaliação foi realizada em decorrência da estiagem que afeta o Rio Grande do Sul e se apresenta ainda mais severa na região das Missões. A propriedade da família Ortiz, por exemplo, completou 45 dias sem chuva.

“Em 2008, tínhamos o teor de matéria orgânica no solo em 2.3% e, agora, em 2022, chegou à 5%”, relembra o produtor Marcos Ortiz. Essa representação afeta não somente fatores ambientais e econômicos, mas também sociais. Somente na propriedade em questão, são aproximadamente 10 famílias envolvidas, fortalecendo a importância do elo social na vida rural.

Sobre as mudanças de comportamentos que se fazem necessárias em períodos como este, o professor Paulo César Faccio ainda acrescenta: “As pessoas fazem tudo como os antigos faziam e é difícil mudar esse comportamento. É difícil aceitar algo novo. Quando ultrapassamos o medo às mudanças – e o produtor rural se permite inovar – temos resultados concretos e positivos. O PISA é um exemplo, com inúmeros resultados.”

Ortiz ainda traz a memória das evoluções nos métodos de pastoreio.  “As vacas rapavam até o chão e demorou praticamente um ano para que os animais se adaptassem ao sistema de pastejo com pasto de melhor qualidade (oferta da parte superior da planta), o que resultou em mais produção de leite e aumento do número de retorno das vacas nos piquetes.” São investimentos a longo prazo, com estudo e eficácia, que podem atravessar períodos de adversidades.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação